sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Vamos falar sobre o beijo? Sua importância? E um Manual do Beijo, será que podemos tirar algo proveitoso. Olha, não tenho preconceito quanto a nada, nem contra manuais; se ajudar, bem, senão…

 

Eu beijo bem? Será que ele vai gostar do meu beijo? Como devo beijá-lo? Mais oudamente? Mais recatadamente? Qual de nós não passou e ainda vai passar por isso?

O BEIJO

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No início do relacionamento, tome beijo na boca - e de língua! Acontece o tempo todo. Aí a rotina se instala e agora é só estalinho de "oi". Colante, rola unzinho na hora agá - mas só se for o seu dia de sorte. Ou seja, os beijos rarearam e você ficou com gostinho de quero mais. A pergunta é: por que eles param de beijar na boca depois de um certo tempo de relacionamento?

No começo do relacionamento era beijo à vontade. Hoje em dia a demanda anda menor que a oferta. "Quando namorávamos, nos três primeiros meses ele me dava os melhores beijos que já provei. Ele tem um beijo maravilhoso, amo demais! Com o tempo, passou a dar menos até que, em algum momento, simplesmente parou", conta ela, reclamando que a postura do marido leva a crer que beijá-la é um sacrifício.

"Faz um mês que a gente casou. Como recém-casados temos relações todos os dias e as vezes até mais. Mas de vez em quando fico triste e acabo brigando com ele por causa da falta de beijo na boca", diz Maahzinhaah, sem entender como o marido pode não gostar de beijar . "Ele disse que um amigo dele falou que é normal e que ouve as mesmas reclamações por parte da namorada. Mas todo mundo que conheço ama beijo na boca. O que eu faço?", pergunta.

Beijou tem que transar?

Parece que alguns representantes do sexo masculino veem o beijo na boca apenas como preliminar. Vejamos o caso da usuária do Bolsa Mirian Love de 22 anos, casada há quatro. Ela e o marido têm uma filha de um ano e meio. "Como pai, ele é ótimo, mas como marido... Ele não me toca e não me beija", se queixa ela, contando que antes rolava beijo na hora de transar, mas agora até essa modalidade foi suspensa. "Ele diz que não beija para não ter vontade de transar. Já eu acho que, se der vontade, ótimo! E outra: beijo é bom mesmo sem sexo.", defende ela.

Tem mulher casada que passa anos sem experimentar um bom beijo na boca - e não é por opção. A usuária do Bolsa de Mulher Axis adora beijar. "Meu marido não gosta e já faz alguns anos que ele não me beija, só selinho rola", revela, contando que no começo não era assim. "Antes de casar, ele me beijava bastante. Hoje ele diz que era só porque eu gostava. Com o passar do tempo, tudo foi acabando", conta Axis, que já tentou mudar a situação sem atingir nenhum progresso. "Tem horas que bate aquela carência, mais nada de beijo ou carinho. É complicado para quem gosta de um bom beijo não ser beijado. Eu sinto falta", diz.

Para a psicóloga Mariana Mattos, o beijo na boca é mais uma forma de mostrar afeição e intimidade. "Há casais que se beijam mais e os que se beijam menos, de acordo com a rotina que construiu. Não há regras para isso", afirma Mariana, lembrando que o beijo não é simplesmente um comprimento - é mais que isso.

Se de uns tempos para cá o número de beijos que você troca com o seu par caiu, acalme-se: pode ser muito natural. Mariana Mattos explica ser comum no início do relacionamento o casal ficar no maior grude beijando muito. "Com o tempo e o convívio, a frequência dos beijos pode diminuir, pois deixa de ser uma novidade. Beijar menos é um sinal de que a relação mudou, mas não necessariamente piorou", esclarece.

Para quem não está solteira, mas anda na fissura por um beijo de língua, está na hora de ir atrás dele. "Em primeiro lugar, a mulher não deve esperar que a iniciativa seja do homem. Ela pode puxar o beijo", sugere ela. Agora, se, mesmo assim, ele evitar: "Vale a pena conversar sobre o assunto, mostrar como se sente e ouvir a opinião do outro. É preciso falar e perguntar as preferências do outro", afirma, acrescentando que o beijo e o sexo têm relação, mas uma coisa não leva necessariamente à outra.

"Cabe aos dois perceber se a escassez de beijo é algo que se quer manter ou não. Caso seja de interesse de ambos, vale tentar entender o que foi perdido e, então, resgatar isso", conclui.

Beijar é muito bom. Apaixonada, ainda melhor. Sem paixão, com tesão, por que não? Tem beijo doce, beijo faminto, beijo-mordida, molhado também, tem beijo até pra selar amizade, o famoso "selinho". Tem os inesquecíveis, os surpreendentes, os que foram roubados e os que nos deixamos roubar. Tem beijo proibido, beijo ousado, beijo-tabu, beijo lambuzado. A gente quer todos e quantos mais inventarem. A gente quer inventar. E beijar. Você já beijou alguém hoje?

Conversamos com especialistas no assunto e reunimos dicas para você mandar superbem. Porque se o rosto é o cartão de visita, o beijo, meu bem, é a visita em si.

- Olhos fechados ou abertos

"Se estiverem fechados, você concentra a sua atenção mais na sensação do beijo, na boca. Se estiverem abertos, você aproveita para trocar energia também pelo olhar. Então, a escolha é sua, mas o que não vale é beijar olhando para os lados" - Sérgio Savian, especialista em relacionamentos amorosos.

- Explore o ritmo dele

"Vale morder, sugar, roçar... O legal é explorar a boca e são tantos os movimentos que precisaríamos de uma página inteira para demonstrá-los, mas dois são bastante interessantes: experimente roçar lentamente a língua no céu da boca no momento do beijo. Outro é contornar os lábios dele com a língua, lentamente, e, logo depois, beijá-lo profundamente.

Descubra o ritmo dele e imponha o seu também. Deixe ele comandar alguns movimentos, siga-os e, depois, vá fazendo os seus próprios. Um bom beijo é assim, feito por duas pessoas. Outra dica é usar a sua respiração para deixar o cara entusiasmado. Quando estiver no meio do beijo, respire com força e profundamente. Então, estreite-o mais ainda nos seus braços" - Pedro Paulo Carneiro, jornalista, autor de "Dossiê do Beijo: 484 Formas de se Beijar".

- Use as mãos a seu favor

"As mãos fazem parte de um bom beijo. Enquanto você beija, pode fazer carinho nos cabelos dele, no rosto etc" - Sérgio Savian, especialista em relacionamentos amorosos.

- Mão-boba

"Se você não quer a 'mão boba', o ideal é deixar seus braços caírem na lateral de seu corpo e segurar as mãos do outro com delicadeza, fazendo carinho e guiando-as para as áreas de seu corpo onde gostaria de senti-las. Por exemplo: pode guiá-las para a sua cintura ou para as costas. Mas tudo com jeitinho!" - Pedro Paulo Carneiro, jornalista, autor de "Dossiê do Beijo: 484 Formas de se Beijar".

- Em que lugares os homens gostam de receber beijos e mordidinhas?

"Isso depende muito, mas, em geral, beijos no pescoço, nas orelhas, nas têmporas, na testa, no nariz e até nos olhos são excelentes complementos para o beijo na boca. Ainda assim, alguns podem estranhar, então a minha dica é ir beijando lentamente essas outras áreas, sem pressa, para que você possa sentir se ele está gostando ou não" - Pedro Paulo Carneiro, jornalista, autor de "Dossiê do Beijo: 484 Formas de se Beijar".

- Beijar chupando bala

Já experimentou com balas de menta ou anis? Coloque na geladeira e ofereça para o seu bem. Depois, grude-se nele, claro. Você não vai nem lembrar que existem calorias. "Sim, é totalmente válido! É até legal você compartilhar com a pessoa a bala, frutas, mel, chocolate, gelo... É divertido introduzir um elemento surpresa no beijo, seja ele um doce, uma técnica ou um jeito diferente de beijar" - Pedro Paulo Carneiro, jornalista, autor de "Dossiê do Beijo: 484 Formas de se Beijar".

- Batom: ame-o ou deixe-o

"Ajuda a ficar com a boca bonita, atraente. Mas pode atrapalhar porque se espalha pelo seu rosto e pelo rosto dele" - Sérgio Savian, especialista em relacionamentos amorosos. Entre quatro paredes, tudo bem. Em público, é bom tirar o excesso e, se possível, passar só um gloss. Você não vai querer deixar o seu gatão com a cara do Coringa, do Batman, vai? Caso a resposta seja afirmativa (mázinha, você, hein?), leve um lencinho umedecido na bolsa. Ele vai adorar a sua gentil preocupação com o bem-estar dele.

A química

O que dizem dela é que: ou bate, ou não bate. Há estudos científicos tentando desvendá-la. E até matérias em revistas femininas (com a nossa!) abordando o tema como se fosse a oitava maravilha do mundo. Com o beijo não é diferente. Ou encaixa, ou não encaixa. "Imaginem só um beijo sem língua. Pois é, o famoso 'beijo francês' de beijo não tem nada, é mais técnico, porque eles não usam a língua. Uma vez beijei um parisiense e foi super sem graça, foi oco, vazio, um horror. O cara chegou a comentar que o meu beijo era diferente e achei muito engraçado. Lógico, né? Eu usava a língua e ele não!", ri Andréia B*, 20 anos. "Mais tarde, descobri que, para os estrangeiros, beijo é coisa muito íntima. De língua, então, nem se fala! É coisa de namorado mesmo", conta.

“Treinava o beijo sozinha, no azulejo do banheiro, tentava pegar gelo dentro do copo com a língua e coisas assim”

A questão vai muito além da nacionalidade. O beijo depende de cada pessoa. "Não existe esse negócio de beijo bom e beijo ruim. Existe beijo que encaixa e beijo que não encaixa, pura química, só isso. Tem beijos que, de primeira, não são tão bons e, depois com o tempo ficam excelentes. Quando você gosta da pessoa, você se acostuma, aí cada um adapta naturalmente a sua forma de beijar e rola o encaixe", diz.

Cláudia Felício, jornalista, autora de um livro voltado ao público adolescente "Tudo sobre meninos... para meninas" (Editora Planeta Jovem) assina embaixo da 'teoria quebra-cabeças' de Andreia. "É tudo uma questão de encaixe mesmo. Às vezes o cara quer beijar rápido e a mulher curte um beijo mais lento. Às vezes é do tipo "língua de manivela" e a parceira prefere beijar de outro jeito ou vice-versa. O beijo bom é aquele no qual se chega a um acordo no jeito, no ritmo de beijar, nos carinhos", afirma Cláudia.

O treino

Hoje em dia, ela acha engraçado, mas quando era mais nova a autora Cláudia Felício já treinou muito. "Treinava o beijo sozinha, no azulejo do banheiro, tentava pegar gelo dentro do copo com a língua e coisas assim. No entanto, acho que isso não adiantou nada. No meu primeiro beijo, quando fui chegando perto do garoto, foi me dando aquele medo de não mandar bem. E depois que nos beijamos foi tudo tão diferente do que eu tinha combinado com o azulejo do banheiro!", brinca Cláudia. Fica a dica: o melhor é treinar ao vivo!

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